sábado, 27 de dezembro de 2008


“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.
Daria a capacidade de escolher novos rumos, novos caminhos.
Deixaria, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável.
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
Além da ação o cultivo à amizade.
E, quando tudo mais faltasse, deixaria um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”.

Gandhi

fonte: Infinito Lero

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

ela é mais...


música Sentimental, de rodrigo amarante. Segundo Dado Vila-Lobos, foi a melhor música lançada em 2005.

é daquelas que te carrega... rs

O quanto eu te falei que isso vai mudar.
Motivo eu nunca dei.
Você me avisar, me ensinar,
falar do que foi pra você,
não vai me livrar de viver!

Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar.

De tanto eu te falar
você subverteu
o que era um sentimento e assim
Fez dele razão
Pra se perder no abismo
que é pensar e sentir.

Ela é mais sentimental que eu.
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais.

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir
e rir.

quer ouvir. clique aqui

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

entendeu o trocadilho? (5)

entendeu o trocadilho? (4)



propaganda é a alma do negócio


calma gente, não foi erro de portugues, é Lã House sim, casa da Lã. É um atacado de tecidos. Clique para ver melhor.

A maior lição de moral do ano


Estou sempre à procura de verdade e beleza. Normalmente sei onde encontrá-las. Há casas dedicadas a abrigá-las. Há veículos de mídia que as transmitem. E há pessoas que as incorporam nas suas visagens e vidas. Mas ocasionalmente encontro verdades profundas e belezas deslumbrantes em lugares inesperados. Como, por exemplo, num filme de super-herói.

Perguntei a um dos meus filhos se ele já havia assistido “Batman, o cavaleiro das trevas”. “Brilhante, nada menos que Shakespeare para os nossos dias”, disse ele. De fato. “Otelo” em Gotham City, ou algo assim.

Nutro admiração por roteiristas e diretores que não conseguem apenas entreter seus públicos. Não sabem trabalhar sem lidar com os elementos existenciais e espirituais que envolvem seus personagens e tramas. Neste filme, a estrela é o roteiro. É sobre a coreografia literária dos irmãos Nolan que Heath Ledger dança e inventa um dos personagens mais assombrosos do cinema recente. Inspirados na obra original de Bob Kane, desta vez os roteiristas conseguem agarrar até os cinéfilos mais enfastiados para revelar o destino trágico do pós-modernismo levado às últimas conseqüências.

As faces do mal são mais multiformes e complexas que a face do bem. Tolstói começa “Anna Karenina” assim: “Todas as famílias felizes são iguais, mas as famílias infelizes são infelizes cada uma ao seu modo”. Em “Quincas Borba”, Machado de Assis descobriu que “a moral é uma, os pecados são diferentes”. O diretor Christopher Nolan compreendeu tudo isto e preferiu apresentar a criatividade do mal - e suas sombrias motivações - sem nunca glamourizá-lo. A simplicidade do bem brilha claramente, mas quase sempre o caminho que leva a ele é rondado por ameaças e dilemas.

Todas as cenas contemplam o bem e o mal. Nolan volta sua atenção aos rostos dos personagens. Há rostos lindos desfigurados apenas pelas suas expressões, rostos transformados em semblantes transtornados como resultado da aplicação de maquiagem em leve demasia, rostos cobertos por máscaras de palhaço, rostos lambusados, rostos parcialmente cobertos e um rosto dividido por uma linha vertical que parece literalmente dividir o mal do bem.

Este “show” reluzente e violento sobre moral e ética se dá num fastuoso ambiente visual. Em perfeita sintonia com o mais recente código de ética visual dos diretores “sérios” de Hollywood, Nolan lançou mão dos efeitos especiais CGI apenas quando necessários. No papel de Batman, Christian Bale insistiu em fazer quase todas as cenas pessoalmente, inclusive as mais perigosas. Até a famosa cena do solitário cavaleiro na beira do edifício mais alto da cidade foi fotografada com o próprio Bale em cima do Sears Tower de Chicago.

Várias semanas após assistir ao filme pela primeira vez, ainda não consigo me ver livre dele. Seu tratamento do mal me lembra o redemoinho de pecados do qual nenhum de nós consegue escapar sozinho. Sua representação do bem me relembra que esta, sim, é fácil de encontrar; nós é que fingimos não vê-la.

Não se surpreenda se a maior lição de moral do ano procede não de um guru de auto-ajuda, nem de uma vítima de câncer que escreve seu último livro, mas de um cara torturado que vive dentro de uma fantasia de morcego.

Mark Carpenter, na revista Ultimato.

sábado, 6 de dezembro de 2008

quem teria coragem?

Celestino e Otto

Celestino - Na moral, você acredita mesmo naqueles papos de fim de namoro?

- Que tipo de papo?
- Aqueles básicos: "você merece alguém melhor..."; "foi bom enquanto durou"; "seja feliz"
- Porque não acreditaria?
- É mó papo furado! Pra mim é só desencargo de consciência.
- Mas Celestino, é normal. Se você termina com a sua namorada, voce vai querer que ela se ferre só por que não está com voce?
- Claro que não. É que dizer esse tipo de coisa não expressa o que realmente é a verdade. Poxa, se eu amo a pessoa, e ao terminar mando essa de "seja feliz" o que está implícito? Seja feliz com outra pessoa...
- Bom, isso é verdade.
- São só um monte de clichês, que as pessoas aprendem vendo esses programinhas de TV.
- Mas cara, se vc está terminando, é porque você não ama mais aquela pessoa.
- Nem sempre, e você sabe disso.
- [silêncio reflexivo]
- O lance, Otto, é que as pessoas têm medo de se expor. Medo de admitir que fizeram uma burrada. De confessar que em nada há certeza nessa decisão, e que se fosse possível tentaria de novo.
- Mas as vezes é necessário.
- Sim, a questão não é sobre o terminar ou não um namoro. É a forma como se faz.
- Mas eu quero que ela seja feliz, acho que ela merece alguém melhor mesmo e, cara, foi realmente bom enquanto durou.
- Me desculpe, as vezes me pego por demais arcaico em meus conceitos, contudo não penso que seja correta essa última afirmação.
- Como não? Não tem como vc saber, foi ótimo. Nós nos divertimos, nos amamos, rimos, assistimos a uns filmes esquizitos... ela até arrotou na minha frente! [risos]
- [Cara de: completa a frase]
- O problema é que não durou né?
- [suspiro dolorido]
- Desculpa cara, não queria te magoar.
- Não me magoou. Eu precisava mesmo expor o que sentia.
- É que nós, todos nós somos carentes de afeto, carinho. Enquanto muito poucos tem a coragem de admitir isso, sem se embrenhar para o extremo, que se transforma em manipulação emocional. São os extremos né...
- Então como voce terminaria um namoro?
- Eu tentaria ser sincero. Sabe, até me dói pensar essas coisas. Existem pessoas que terminam o namoro, outras que "são terminadas"...
- Embora, sempre a gente ouça assim: "nós" terminamos.
- Pois é. Percebe como é profundo nosso orgulho próprio?
...
Otto, não me entenda mal. Eu sei que esse tipo de coisa acontece. Mas sou levado a pensar que quem adota esse tipo de postura diante de situações de perda, faz isso para, de alguma forma, amenizar a situação. Para tirar aquele peso de: poxa, terminei com o fulano; ou: caraca, fulano terminou comigo. Um para se livrar da culpa, outro da vergonha.
- Mas isso é normal à qualquer ser humano. Quem vai querer admitir essas coisas?
- Bom, essa é uma mentira que eu acreditei por muito tempo, a de que perdas são equivalentes a derrotas.
- E não são?
- Nem sempre.
- Mas sempre dói. E muito.
- A vida é pra ser vivida. Os seus bons e maus momentos. Uma vida sem ventos contrários está fadada à inércia. Viver bem é rir e chorar com a mesma paixão. Sem medo de ser triste.

nada peço ao sol que brilha... [Balada de agosto - Zeca Baleiro e Raimundo Fagner]


eis uma das músicas de amor mais belas que já tive o prazer de ouvir, caso queiram ouvir também.



Lá fora a chuva desaba e aqui no meu rosto
Cinzas de agosto e na mesa o vinho derramado
Tanto orgulho que não meço
O remorso das palavras
Que não digo
Mesmo na luz não há quem possa
Se esconder do escuro
Duro caminho o vento a voz da tempestade
No filme ou na novela
É o disfarce que revela o bandido
Meu coração vive cheio de amor e deserto
Perto de ti dança a minha alma desarmada
Nada peço ao sol que brilha
Se o mar é uma armadilha
Nos teus olhos