quinta-feira, 29 de outubro de 2009

#Tamanho

      Tamanho não é documento, segundo um antigo refrão dos baixinhos. Mas no Brasil tamanho é álibi. 
      
      Nos desculpamos muitas coisas porque somos grande demais. O problema não é de caráter, é de extensão territorial. 
       
      Temos fronteiras remotas de onde vêm congressistas estranhos.Temos bolsões pré-históricos, temos vastas áreas conhecidas só por bichos e satélites.
     
      Não se é deste tamanho impunemente.O tamanho nos explica.Está mais ou menos subentendido que para explorar esta imensidão uma certa dose de banditismo é necessária, ou pelo menos inevitável. As empreiteiras não têm culpa do que fazem, é que o Brasil é muito grande.

      Rouba-se tanto porque há demais para roubar, a sopa é amazônica.
      
      Brasília é o que é porque está cercada pelo Brasil, esse infinito para todos os lados. Damos aos desbravadores uma licença tácita para terem escrúpulos inversamente proporcionais à área nacional.

      É uma cidade sitiada pelo descomunal.
      
      Não surpreende que defenda interesses restritos: o corporativismo, no fundo, é um anseio por universos menores. Uma saudade da paróquia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Breve carta pro meu bem.

Sabe, nada será melhor que ter seu corpo deitado ao meu. Nosso amanhã não se findará na aurora do eterno Sol. Seremos mais e melhores, pelo que piores não podemos. É nesse instante de ternura que me comtemplo aqui a implorar pelos teus carinhos. Preciso do teu ar de serenidade e agitação. De mistério e riso.

E se só nos cantos já é tão lindo nosso amor, que dirá quando despertarmos desse sono vaidoso.

domingo, 4 de outubro de 2009

Sivuca & Hermeto

Na garoa dessa tarde
sinto a morte me vir lembrar
que por hoje alegria foi bastante
e a tristeza da noite é par

É fato, hoje me alegrei
ri comigo mesmo
pro meu bem me confessei

Não há chuva que apague
nem trovão que me ponha medo
o Amor chegou e já tá em casa
e fez da tristeza engano ledo.