terça-feira, 15 de julho de 2008
"braços dados ou não"
O projeto de Lei nº1057/07 Apresentado pelo deputado Henrique Afonso (PT-AM) em 2007, foi batizado de Lei Muwaji em homenagem à Muwaji Suruwaha que deveria ter sacrificado sua filha Iganini que nasceu com paralisia cerebral, pois essa é a tradição de seu povo. Mas ela se posicionou contra esse costume e enfretou anos e anos de tradição para garantir o tratamento para sua filha.
Se a lei Muwaji for aprovada ela assegurará os direitos das crianças indígenas, fazendo com que sejam protegidos com prioridade absoluta, como prevê a Constituição brasileira, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e todos os direitos internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário. Mas o projeto tem enfrentado desinteresse e até oposição dos parlamentares.
"ME DESCULPEM MAS DIREITOS HUMANOS, NÃO VALE PRA ÍNDIO! CONSTITUIÇÃO NÃO VALE PRA ÍNDIO!" (Deputado Francisco Praciano, em Audiência Pública sobre infanticídio na Camara dos Deputados, em Junho de 2007)
[Só um comentário pessoal: direitos humanos não valem para os índios? eles são o que, animais?]
Mas enfim. você pode participar, e é muito fácil, é só entrar no site, ir na parte que está escrito "envolva-se" e ler as instruções que se encontram disponíveis em formato Adobe reader, ou Word. lá você terá um esclarecimento melhor sobre tudo, e no final do documento está a parte onde você participa, rs... lá você encontrará os links dos parlamentares que você poderá enviar emails cobrando a aprovação imediata do PL 1057, a lei Muwaji.
Envolva-se, www.hakani.org/pt/
Participe.
ESTÁ NAS SUAS MÃOS!
"[...]SOMOS TODOS IGUAIS
braços dados ou não
[...]
Vem vamos embora,
que esperar não é saber
quem sabe faz a hora
não espera acontecer"
Geraldo Vandré
sábado, 12 de julho de 2008
diálogo
Jorge-Você precisa compor alguma coisa. Já viu a quanto tempo você não compõe nada?
Cerestino-É verdade, já faz um tempo.
Jorge-Sinceramente eu não sei onde você perdeu o foco! Você tá deixando esses concursos consumirem você sabia? Isso não tá certo Cerestino, olha lá hein, você sabe que se você esconder os talentos você perde até o que tem!
Bill-É, além disso você sabe que esta é a sua missão aqui na terra! É o fardo que pesa sobre os seus ombros!
Cerestino-Mas o que eu posso fazer? Esse tipo de coisa não se escolhe quando se quer fazer, tem que dar um estalo. Se eu pudesse controlar seria bom!
Bill-Ah, mas não é tão difícil.
Cerestino-Ah é... e outra coisa, eu sou muito chato nessas coisas!
Jorge-Aí, é isso, você é muito exigente! Relaxa cara, não é você mesmo que gosta de Bob Marley, então, Don't Worry!
[risos]
Cerestino-Talvez você esteja certo mesmo sabe... Mas cara, num adianta. Quando eu paro pra escrever ou compor, é estranho, eu penso muito nas palavras, nos acordes, no ritmo. Gosto de fazer algo que eu olhe depois e pense: "pronto, tá do jeito que eu queria."
Bill-Cara, sente só: Já ouviu aquele teoria de Platão sobre o nosso mundo e o mundo das idéias? -já, responde Cerestino-. Então quando você escreve algo, ou compõe, vc vai no mundo das idéias, contempla as canções, os poemas. E aí você tem de trazer isso pro mundo real. E Platão dizia que pr mais que alguém tente, nunca vai conseguir reproduzir a tal coisa do mundo das idéias de uma forma totalmente certa. Logo por mais que você tente, vc não vai conseguir.
Jorge-Que viajem esse negócio de mundo das idéias hein...
Cerestino-Ah mané, mas eu fico ali até ficar o mais parecido possível!
Bill-Ah Cerestino, para com essa paranóia!
Jorge-É Cerestino, tu sabe que você é bem paranóico!
[risos]
Cerestino-Num sou não!
Bill-Não? Caraca! E aquela vez que você se escondia do Urso da coca-cola quando ele fazia: huuuummmmmm...
[gargalhadas histéricas]
Cerestino-Po cara, eu devia ter uns... 5 anos.
Jorge-9!
Cerestino-será que agente pode voltar pro assunto?!
Jorge-Sério cara, você precisa mesmo voltar a compor, a nossa banda só toca 4 músicas suas!
Cerestino-Uma das quais eu nem gosto.
Jorge-Como assim cara? Como você pode não gostar de algo que você mesmo fez? e po... a música é legal!
Bill-Isso é auto-comiseração. Você precisa se livrar disso cara, desde pequeno você é assim. Não mostrava seus desenhos, não tocava alto o trompete na orquestra, você tem vergonha de ficar sem camisa, de ir pra praia.
Cerestino-Não é auto comiseração não. eu só sou crítico do que eu faço. Todo mundo faz isso, afinal, você tem que avaliar o que faz, certo? E outra coisa, vocês estão a meia-hora falando: você precisa, você precisa, você precisa... parem com isso!
Jorge-hummmmmm chatiadinho!
Cerestino-Pára de me interromper mané! Estou falando sério.
Bill-Então quer dizer que você vai parar de escrever... de compor... é isso?
Cerestino-Não. [...] Talvez esse tempo sirva pra algo afinal, eu tenho que parar de me pressionar. Parar de me preocupar mesmo. Tudo tem um tempo certo de acontecer... e um tempo certo de não acontecer. E nem tenho do que reclamar, está acontecendo. Só que com menos intensidade, digamos assim. E sabe, eu tenho ficado feliz. Uma vez o cara do Los Hermanos disse que pra você gravar um álbum você tem de ter vivido algo. Uma vez eu decidi que mesmo que não fizesse muitas musicas, queria fazer musicas que fossem profundas mesmo, que tivessem essência. E eu nem to falando de palavras difíceis ou acordes complicados. Mas de algo mais. Algo que toque quem a ouça. A música tem um peculiaridade. As artes em geral te tocam, fazem você refletir, rir ou chorar... Mas a música vai lá dentro cara... revira suas tripas todinhas! te transporta...
Jorge-Caraca, vc e o Bill puxaram um forte hein!
Cerestino-Talvez eu tenha que entender melhor... Eu não preciso compor. Eu sei que tenho muito que aprender, porque apesar de não achar que pode controlar e dizer: "não hoje não, vou compor essa musica, ou vou escrever esse poema só semana que vem..." Eu também sei que tudo se aprende, você pega técnicas... como dizia um baixista que eu esqueci o nome: Talento é 1% inspiração e 99% Transpiração. Então eu jogo com o que eu tenho, porque de técnica eu não to nem nos 40%... mas, sei que o futuro será melhor que eu espero, mesmo que seja mais difícil do que eu quero...
Bill-"e até lá, eu espero..." ha ha ha... metido!
Cerestino-É verdade, já faz um tempo.
Jorge-Sinceramente eu não sei onde você perdeu o foco! Você tá deixando esses concursos consumirem você sabia? Isso não tá certo Cerestino, olha lá hein, você sabe que se você esconder os talentos você perde até o que tem!
Bill-É, além disso você sabe que esta é a sua missão aqui na terra! É o fardo que pesa sobre os seus ombros!
Cerestino-Mas o que eu posso fazer? Esse tipo de coisa não se escolhe quando se quer fazer, tem que dar um estalo. Se eu pudesse controlar seria bom!
Bill-Ah, mas não é tão difícil.
Cerestino-Ah é... e outra coisa, eu sou muito chato nessas coisas!
Jorge-Aí, é isso, você é muito exigente! Relaxa cara, não é você mesmo que gosta de Bob Marley, então, Don't Worry!
[risos]
Cerestino-Talvez você esteja certo mesmo sabe... Mas cara, num adianta. Quando eu paro pra escrever ou compor, é estranho, eu penso muito nas palavras, nos acordes, no ritmo. Gosto de fazer algo que eu olhe depois e pense: "pronto, tá do jeito que eu queria."
Bill-Cara, sente só: Já ouviu aquele teoria de Platão sobre o nosso mundo e o mundo das idéias? -já, responde Cerestino-. Então quando você escreve algo, ou compõe, vc vai no mundo das idéias, contempla as canções, os poemas. E aí você tem de trazer isso pro mundo real. E Platão dizia que pr mais que alguém tente, nunca vai conseguir reproduzir a tal coisa do mundo das idéias de uma forma totalmente certa. Logo por mais que você tente, vc não vai conseguir.
Jorge-Que viajem esse negócio de mundo das idéias hein...
Cerestino-Ah mané, mas eu fico ali até ficar o mais parecido possível!
Bill-Ah Cerestino, para com essa paranóia!
Jorge-É Cerestino, tu sabe que você é bem paranóico!
[risos]
Cerestino-Num sou não!
Bill-Não? Caraca! E aquela vez que você se escondia do Urso da coca-cola quando ele fazia: huuuummmmmm...
[gargalhadas histéricas]
Cerestino-Po cara, eu devia ter uns... 5 anos.
Jorge-9!
Cerestino-será que agente pode voltar pro assunto?!
Jorge-Sério cara, você precisa mesmo voltar a compor, a nossa banda só toca 4 músicas suas!
Cerestino-Uma das quais eu nem gosto.
Jorge-Como assim cara? Como você pode não gostar de algo que você mesmo fez? e po... a música é legal!
Bill-Isso é auto-comiseração. Você precisa se livrar disso cara, desde pequeno você é assim. Não mostrava seus desenhos, não tocava alto o trompete na orquestra, você tem vergonha de ficar sem camisa, de ir pra praia.
Cerestino-Não é auto comiseração não. eu só sou crítico do que eu faço. Todo mundo faz isso, afinal, você tem que avaliar o que faz, certo? E outra coisa, vocês estão a meia-hora falando: você precisa, você precisa, você precisa... parem com isso!
Jorge-hummmmmm chatiadinho!
Cerestino-Pára de me interromper mané! Estou falando sério.
Bill-Então quer dizer que você vai parar de escrever... de compor... é isso?
Cerestino-Não. [...] Talvez esse tempo sirva pra algo afinal, eu tenho que parar de me pressionar. Parar de me preocupar mesmo. Tudo tem um tempo certo de acontecer... e um tempo certo de não acontecer. E nem tenho do que reclamar, está acontecendo. Só que com menos intensidade, digamos assim. E sabe, eu tenho ficado feliz. Uma vez o cara do Los Hermanos disse que pra você gravar um álbum você tem de ter vivido algo. Uma vez eu decidi que mesmo que não fizesse muitas musicas, queria fazer musicas que fossem profundas mesmo, que tivessem essência. E eu nem to falando de palavras difíceis ou acordes complicados. Mas de algo mais. Algo que toque quem a ouça. A música tem um peculiaridade. As artes em geral te tocam, fazem você refletir, rir ou chorar... Mas a música vai lá dentro cara... revira suas tripas todinhas! te transporta...
Jorge-Caraca, vc e o Bill puxaram um forte hein!
Cerestino-Talvez eu tenha que entender melhor... Eu não preciso compor. Eu sei que tenho muito que aprender, porque apesar de não achar que pode controlar e dizer: "não hoje não, vou compor essa musica, ou vou escrever esse poema só semana que vem..." Eu também sei que tudo se aprende, você pega técnicas... como dizia um baixista que eu esqueci o nome: Talento é 1% inspiração e 99% Transpiração. Então eu jogo com o que eu tenho, porque de técnica eu não to nem nos 40%... mas, sei que o futuro será melhor que eu espero, mesmo que seja mais difícil do que eu quero...
Bill-"e até lá, eu espero..." ha ha ha... metido!
sábado, 5 de julho de 2008
o oco do mundo - Gilberto Gil
o oco do mundo pré
para trans e meta pós
o oco do mundo a foz
de um rio sem nascente
como um broto sem semente
um raio de sol sem luz
como infecção sem pus
o oco do mundo a sós
o oco do mundo ainda
na minha periferia
como eco da bahia
saudade do meu sertão
o oco do mundo inteiro
passando pela tangente
ainda na minha frente
como um campo de visão
o oco do mundo vem
se aproximando de mim
primeiro como calor
depois como frenesi
em seguida como odor
e logo como tremor
o oco do mundo vem
se aproximando de mim
o oco do mundo então
já no meu interior
pedaço de pau na mão
fazendo de mim tambor
batendo tirando som
e sangue e suor e horror
o oco do mundo então
encarnação do terror
o oco do mundo sai
vai se por por traz de mim
depos de me haver cruzado
a alma e o corpo presente
depois de engulir-me a mente
e sugar o meu passado
o oco do mundo sai
no futuro projetado
o oco do mundo fora
do alcance da linguagem
o oco do mundo imagem
sem epelho, sem suporte
o oco do mundo a morte
sem corpo, sem substrato
sem noção, sem aparato
como o azar sem a sorte
o oco do mundo em si
despido de qualquer veste
nem cão nem cabra da peste
nem anjo nem mãe de deus
opaco buraco negro
sem casca caroco ou ego
o oco do mundo cego
sozinho em seu próprio céu
o oco do mundo enfim
o oco do mundo além
além do mal e do bem
da verdade nua e crua
alem do saber dos sabios
alem do deus dos snobs
o oco do mundo é o bobs
no cabelo da perua
para trans e meta pós
o oco do mundo a foz
de um rio sem nascente
como um broto sem semente
um raio de sol sem luz
como infecção sem pus
o oco do mundo a sós
o oco do mundo ainda
na minha periferia
como eco da bahia
saudade do meu sertão
o oco do mundo inteiro
passando pela tangente
ainda na minha frente
como um campo de visão
o oco do mundo vem
se aproximando de mim
primeiro como calor
depois como frenesi
em seguida como odor
e logo como tremor
o oco do mundo vem
se aproximando de mim
o oco do mundo então
já no meu interior
pedaço de pau na mão
fazendo de mim tambor
batendo tirando som
e sangue e suor e horror
o oco do mundo então
encarnação do terror
o oco do mundo sai
vai se por por traz de mim
depos de me haver cruzado
a alma e o corpo presente
depois de engulir-me a mente
e sugar o meu passado
o oco do mundo sai
no futuro projetado
o oco do mundo fora
do alcance da linguagem
o oco do mundo imagem
sem epelho, sem suporte
o oco do mundo a morte
sem corpo, sem substrato
sem noção, sem aparato
como o azar sem a sorte
o oco do mundo em si
despido de qualquer veste
nem cão nem cabra da peste
nem anjo nem mãe de deus
opaco buraco negro
sem casca caroco ou ego
o oco do mundo cego
sozinho em seu próprio céu
o oco do mundo enfim
o oco do mundo além
além do mal e do bem
da verdade nua e crua
alem do saber dos sabios
alem do deus dos snobs
o oco do mundo é o bobs
no cabelo da perua
os pais - Gilberto Gil
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal
Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!
Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!
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