quinta-feira, 14 de agosto de 2008

sob a cachoeira da sua luz

entro no meu quarto
e lá está você
me esperando paciente
reclinado, atento
com você compartilho meus livros
meus poemas
pra você eu abro o jogo
com você não tenho mais medo
nem preciso ter cuidado
com você, há esperança
chega mais perto
perto do meu peito
sente meu coração
sente essa aflição
sobre as letras, meus fonemas
você derrama luz
e você me espera
queres ouvir o que tenho a dizer?
já não o sabes, tu?
porque te gastas e te rebaixas?
volte para lá, lá onde é o seu lugar
não me entenderias.
Por favor, não me ouças
não ligue para o balbuciar confuso
de meus embaraçados pensamentos
Traduza.
Dá melodia ao meu poema
Me usa.
Esteja comigo em meu dilema
Não me abandone
me decepcione
não liga pra mim
sou só um garoto doido
cheio de idéias na cabeça
querendo mudar esse planeta
só me aproveito de tua luz.
Confesso minha falha
quando o erro me seduz
no meu canto
me recolho
e abro meu da minha voz, do meu canto
transporto à tinta
sobre a celulose
o que meu cerebro fervilha
as palavras que ele coze
eles não têm argumentos
não têm motivo
eles não têm nada!
E ainda assim
me conduzes ao recolher
como presa que é caçada
e não me interessa o porquê
se no fim do dia eis minha alma
chorosa, engaiolada
eis-me aqui sob sua luz
e sonho
mas só espero me lembrar
como era saber voar.

2 comentários:

Stefane disse...

Nas minhas "andanças" pelo mundo dos blogueiros encontrei o seu blog.

Linda poesia...tem tanta profundidade nas suas palavras.

Que o Mestre continue te ensinando coisas preciosas e que vc de maos dadas e olhos fitos Nele, viva com intensidade a Verdade.

PAZ.

Cerestino disse...

obrigado pela visita e pelo comentário

paz