domingo, 4 de julho de 2010

Os Verdadeiros Cristãos







Sabe aquela pessoa que, 10 entre 10 pessoas admiram, dentro da igreja? Quando você tem algum contato com elas geralmente a conversa é sobre Deus, sobre as Suas maravilhas e milagres, e acerca da santidade. Então logo se lembram daquele irmãozinho, que não consegue se livrar do vício na bebida, ou no cigarro, ou qualquer outro pecado, e que vocês sabem que ele tem... Mas que mesmo assim, esse irmão vem em todas as orações, sempre pede ajuda ao pastor, à você. Em muitos casos, muitos mesmo, eis aí um genuíno cristão, mais do que você e seu amigo tão espiritual.
Muitos, para não dizer todos nós, temos a feia mania de classificar as pessoas, dentro da igreja como os espirituais, e os não espirituais. Taxando as pessoas, como colando adesivos classificatórios em suas testas. Entretando, nos esquecemos do quão mundano é essa atitude.
Para começar, deve-se entender uma coisa, nos tempos de Jesus, falava-se o hebraico, certo? Pois bem, na língua hebraica não existe a palavra, o adjetivo "espiritual". Isso significa que se você perguntasse a uma pessoa daquela época: olá irmão, como vai sua vida espiritual? Ele não entenderia absolutamente o que você estaria querendo saber. Na Bíblia [no original] não existe esse termo: espiritual. (isso deve ser entendido mesmo, com a ajuda do Espírito Santo, para que não gere efeitos contrários, isto é, uma libertinagem "baseada".) Logo, não faz sentido algum classificarmos coisas ou pessoas como espirituais ou não-espirituais.
E isso não digo por mim mesmo, é um fato observável, inclusive nas Escrituras, nos evangelhos na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao estudarmos, vemos o quanto Jesus apreciava a companhia de pessoas que se fossem julgadas segundo os 'padrões de santidade' de hoje, estariam no grupo dos que ''dão trabalho". No entando, Cristo sempre demonstrou muito mais atenção àqueles os quais os líderes religiosos condenavam. Existe inclusive, uma parábola na qual o Mestre nos diz mais ou menos assim

Havia certo homem, pai de dois filhos. Mandou um deles fazer um serviço, este o respondeu que faria, porém não o fez. Indo ao outro filho pediu-o que fizesse, este, dizendo que não iria fazer, mais tarde fez o que o pai pediu. Então perguntou Jesus: qual desses fez a vontade do pai? Então responderam: o que disse que não faria mas fez. Disse-lhes, então Jesus: Em verdade vos digo que as prostitutas e os mendigos entram a frente de vós no reino de Deus.

Ricardo Gondim explicita assim a situação no seu livro É proibido.
"Tournier acrescenta aos seus argumentos a espantosa realidade bíblica que Deus prefere os pobres, fracos, os desprezados. Somente a graça brinda quem é indigno. 'O que os religiosos têm a mais dificuldade ainda de admitir é que Deus prefere os pecadores aos justos. Isto se explica precisamente por este ponto de vista bíblico que a psicologia moderna confirma: que todos os homens são igualmente carregados de culpa. Os que chamamos de justos não estão isentos dela, mas a reprimiram; os que chamamos chamamos de pecadores estão conscientes de sua culpa e, por isso mesmo, mais preparados para receber o perdão e a graça.' "

Jesus, em Mateus 9.10-13 diz também: E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. de, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores.

Essa é uma de muitas passagens em que Jesus deixa explícito sua posição em relação ao próximo e de como ele se relacionava, quem eram as pessoas que Cristo veio alcançar. Mais interessante é que nesse texto, a palavra pecador é a mesma que aparece em Tiago5:20.

Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.

e segundo o dicionário grego Strong * Um termo Utilizado pelos arqueiros quando se erra o alvo ou quando um viajante sai da estrada normal e segue trilhas tortuosas que fazem com que se perca. A palavra denota alguém devotado ao pecado por escolha, um transgressor cujos pensamentos, palavras e atos são contrários às eternas leis de Deus.

Sim, é esse tipo de pecador a quem Jesus se referia. Já ouvi pregadores dizendo que quando não éramos crentes, pecávamos por livre escolha, e agora o pecado deve ser um acidente em nossas vidas. Concorda comigo que é bem estranho? imagina a situação: Você está andando na rua quando encontra um amigo que te pergunta se você está gostando do CD que ele te emprestou, você ouviu uma vez, na verdade, "meia-vez" e teve vontade de jogar aquele CD no lixo, contudo responde: sim! Glória a Deus, que CD ungido! quando o amigo vai embora, você lembra: Ops, menti! Que infortúito!
Ou então, você e sua amiga estão indo no cinema, vocês dois estão comprometidos, namorando, quando de repente, subitamente seus lábios, e outras partes dos seus corpos estão entrelaçados em beijos e amassos.
Pecado é pecado, e pronto. Não viramos super-heróis depois de nos convertermos. É um processo, onde a graça de Deus nos ajudará a sermos melhores pessoas, mais próximas de Deus.

Em resumo, vamos deixar de ser hipócritas. E não pretendo ser ofensivo nesse apelo, mas realista, quantas vezes somos hipócritas com Deus, com nossos irmãos, fazendo-nos de santos, irrepreensíveis; colocando sobre os "mais fracos" (ou, diria. mais sinceros) na fé um julgo de perfeição que é irreal.
Queremos ter um relacionamento sincero com Deus? Então sejamos sinceros, com Deus, com os outros. Não nos escondamos. Sejamos aquilo que podemos ser. E nos relacionemos com Deus. Ele e não nós podemos nos mudar!

*vide Bíblia de Estudo Plenitude

L'amore non si conclude mai

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